domingo, 3 de fevereiro de 2013

CORES INDEX e a dificuldade das estamparias brasileiras em reproduzir imagens de alta resolução

Estive conversando com a sra. Rosana, proprietária da MCS Têxtil, que trabalha com moda infantil, quando ela me perguntou sobre as estampas localizadas, que eu não estou colocando na internet.

Respondi que não coloco mais, as estampas, porque já me habituei a ver, nas ruas, estampas minhas em modelagens que eu não conheço; se alguém souber como eu posso me proteger disso, agradeço pela dica. 
As vezes tenho coragem de pedir, para a menina que está passando, para ver a etiqueta da blusa, mas quase nunca é uma marca de etiqueta para a qual trabalhei. Passando na frente da Makenji, por esses dias, vi uma estampa minha em uma camisa de cento e poucos reais, e eu não recebi nada em cima deste produto nem sei como ela foi parar lá. Esse final de semana, estava falando com um figurão da cidade na parte de implantação de softwares têxteis, todo interessado em mim, sobre desenvolvimento de produtos usando programas 3D, com percentuais de densidade de tecidos e caimento. Quando eu falei as palavras: Autodesk Maya com Photoshop, o fulano nem esperou eu terminar de falar; saiu correndo e me deixou falando sozinho: Em pouco tempo veremos este processo popularizado. Um metido a artista-plástico e muito querido dos marchands daqui veio todo humilde conversar comigo sobre arte; eu recomendei para ele trabalhar a imagem de peixes, que ele fez; um marchand me contou. E deve ter comentado algo com ele também, porque o metido a artista me mandou uma mensagem no facebook, todo arrogante, dizendo que não aceitava direção no trabalho dele: nem acho que ele tenha capacidade de ser dirigido.
Na Cilintex eu pedi demissão depois de ver um fulaninho, que trabalhava ao lado, bancar o especialista com técnicas que ele tinha aprendido vendo eu trabalhar. E o fulano ainda me tratava com uma estupidez sem imensurável. Não sabia fazer separação de cores, não sabia desenhar à mão, não sabia de ângulos e retículas e eu não sabia como ele estava trabalhando lá... eu estava ensinando, não somente de graça, mas também para o meu malefício.

Uma semana depois de eu começar o curso de Photoshop para a Indústria têxtil, que eu cobro 3 mil por semana, todas as escolas de informática ao redor começaram seus "cursos". Não que eles estejam aptos a ensinar algo a esse respeito. Pelo preço que eles cobram não dá para esperar muito, mas são aptos a queimar a idéia. Porque, quem não sabe, não sabe que não sabe, e depois, na hora da realidade é que entende.

Então decidi colocar algo bem simples, que fica somente um pouco acima dos cursos dessas escolas. É uma imagem de 12 cores bem simples, mas se surgirem dúvidas posso ser contatado, para a separação de cores de imagens mais difíceis, pelo meu telefone 47 92431961.


Não tenho convivência com os outros pólos têxteis, fora de Santa Catarina, mas me baseando na informação de que os daqui são os pólos de maior tecnologia nesta área, posso falar com uma certa segurança a respeito da dificuldade das estamparias, em reproduzir imagens de alta resolução nos tecidos.

O problema básico está na separação de cores, já que todas as máquinas de impressão trabalham com cores separadas para formar as imagens.A situação está tão difícil neste ramo, que as impressoras digitais, que têm uma produtividade muito menor, já estão competindo e virando um problema para este tipo de indústria. Para a população geral parece até um absurdo saber que nosso melhor pólo industrial está neste nível, mas isso serve de amostra de como vai o Brasil.

Existem dois processos mais comuns de separação de cores nas indústrias: manual e automático.

O processo manual tem o problema dos profissioniais não entenderem de ângulos de retículas. Normalmente eles usam, para cromias, os mesmos ângulos da impressão Off-set, que são totalmente diferentes dos ângulos para cromia em tecido.

Por isso são apresentadas, para os clientes, imagens praticamente destruídas pelas retículas.  Mesmo uma imagem desenhada já com cores separadas, preservadas em Tifs ou PDSs, fica destruída. Fiz a imagem 01 da mesma forma como se prepara a gravação em 50% das indústrias. Mostrando o que, para o cliente, é dito que é possível fazer.

O segundo método é o uso de softwares de separação automática. Fiz a imagem 02 desta forma para mostrar a diferença. O problema destes softwares, que são fornecidos pelas fabricantes das impressoras, é que todos trabalham com o sistema de modo de cor indexado.

Neste modo de cor, o operador pode definir a quantidade e as cores que serão usadas, mas não controla aonde essas cores vão cair. Muitos não perdem tempo fazendo curso destes softwares porque, o resultado é muito semelhante em imagens com muitas cores, e muito pior em imagens com poucas cores.

Para estamparia rotativa há ainda mais dificuldade. Como a velocidade de estampagem é muito superior, é necessário saber a seqüência de cores correta e como preparar as imagens para retirar as reservas, preservando o encaixe.

O que precisa ser aprendido é a composição de cores, vinda da pintura de quadros à óleo sobre tela, do off-set e da flexografia; misturados. É também necessário o domínio profundo dos softwares gráficos com os quais se trabalha. Realmente não dá para desenvolver isso com profissionais que não sabem que azul e amarelo resulta em verde.


ou contrate bate-papo informal sobre o assunto

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